quarta-feira, 8 de junho de 2011

Xênia Bier

Xênia Bier, quem diria ainda está firme e forte e comentando novelas, o que era um dos pontos fortes do seu programa vespertino e exclusivo. O programa ocupava o horário da tarde na TV Bandeirantes, num daqueles lapsos de uma programação boa que a Band têm de vez em quando.
Me lembro do programa da Xênia assistido todas as tardes pela minha mãe na segunda casa em que nós moramos. Se foi na segunda casa, então foi entre 1967 e 1969, depois é que assentamos o facho na terceira casa.
Eu odiava o programa da Xênia por que ele roubava a televisão dos meus desenhos animados para o daquela mulher faladeira. Mas foi um programa muito útil para minha mãe, pois foi uma forma de ela refletir sobre as questões do feminino e do feminismo (notem que são questões diferentes; se não fosse assim não haveria duas palavras distintas, viu, leitores jovens!). Eram os loucos anos 60 e o feminismo Betty Friedman e Simone de Beauvoir estavam à toda!
No programa havia uma primeira parte em que a Xênia tratava de uma assunto que ela escolhia e que era uma espécie de editorial. Em seguida ela respondia cartas escritas por telespectadoras. Depois vinham as entrevistas com pessoas interessantes que iniciaram suas trajetórias com ela. O doutor Angelo Gaiarsa foi um deles; De Rose, mestre iogue, também. Ah, havia participação de vários convidados, por exemplo, representantes do AA, que, tomando-se 1967 como referência, completava 20 anos de Brasil (o AA chegou ao Brasil em 1947). Não é o máximo? Com certeza!
Hoje a Xênia ainda tem uma coluna em que ela comenta novelas. Então o que você está esperando? Dê logo um google!

Fossas Marianas

Uma vez, há muitos anos atrás, quando Charles M. Schulz era vivo, li uma tirinha do Snoopy publicada no Jornal da Tarde. O jornal era comprado todos os dias, à tarde, pelo meu irmão mais velho. A história era mais ou menos assim: o Snoopy estava no teto da sua casinha com sua máquina de escrever iniciando um romance (pst, lembram-se de que um dia ele iria vencer o Prêmio Nobel? Por isso escrevia...) e o texto dizia...
1º quadrinho: (o herói dizia para a heroína: meu amor por você é maior que o Monte Everest que tem mais de oito mil metros de altura!
2º quadrinho: meu amor por você é mais profundo do que as Fossas Marianas que têm mais de 11 e tralálá metros de profundidade.
3º quadrinho: conclusão do Snoopy olhando para o leitor: "Meu herói é um tremendo chato!"
Porque eu lembrei dessa historinha? Primeiro por que ela faz parte do folclore familiar, aquela espécie de inconsciente coletivo caseiro. Segundo, porque ao invés de falar simplesmente em depressão, vou usar um eufemismo, "Fossas Marianas".
Sim, querido leitor, você já percebeu que vou falar em depressão feminina. Sabe como é , leitor jovem? Não? E as Fossas Marianas, você sabe o que são? Também não? Puxa vida!
Sim, eu sei que eu te menosprezo, caro leitor jovem, mas é porque eu prezo você demais! Como pode uma contradição em termos como esta? Bem, apenas vou dizer que é um dos mistérios da vida...
Então, o que é a depressão para um homem e o que é para uma mulher em relação a escrever? No meu entender, para os homens talvez seja um forma de superação criativa mais evidente, uma forma de expurgar os humores ruins... Para as mulheres é... a mesma coisa! Pasmem com a minha conclusão genial! E aí vem a questão: será que não é coisa de SER HUMANO? Pois é, os seres humanos têm dessas patifarias...
Na verdade é que não escrevo há um tempão, porque estava justamente acometida do mal das Fossas Marianas e isso, como o herói do Snoopy, é algo tremendamente chato, e limitante, e lacrimoso, e assustador, e assustador, e assustador, mas tão assustador, que a gente até esquece de respirar! Deve ser por isso que a depressão muitas vezes leva ao suícidio, as pessoas acometidas desse mal, esquecem de respirar. Atualmente, meu projeto é morrer dormindo, não de susto, nem de bala, nem de vício, como menciona o texto da canção. Não sei se as coisas saírão do jeitinho que estou imaginando, mas até que é um bom projeto, né, dr. Gaiarsa?

domingo, 8 de maio de 2011

Efemérides

Hoje é o Dia das Mães de 2011. Mas nem sempre as coisas são o que parecem ser... Hoje, por exemplo, para mim foi Dia de Finados...
Na minha infância, o meu irmão mais velho colecionava revistas Seleções do Riders Digest dos anos 50 e 60, principalmente (quando escrevo sobre isto penso no início da década de 70). Num dos exemplares, sabe lá Deus qual!, havia uma matéria sobre a criação do dia das mães que começou como homenagem e virou efeméride do calendário comercial. Seleções também é cultura, tá pensando o quê? Lá - como lá onde?, na revista, pô! - também havia uma seção que se intitulava "rir é o melhor remédio"... Seleções também é sabedoria, porque só rindo mesmo!
Mas enfim, amanhã o Sol nascerá e será a data de mais uma efeméride, o dia do orgasmo em algum lugar por este Brasil de meu Deus, conforme li uma vez numa reportagem da Folha! Isso foi na Folha... No google diz que o dia do orgasmo é 31 de julho... O Brasil tem proporções continentais (sei que é um chavão escrever isso, mas eu gosto desse pensamento megalomaníaco!) então é bem possível que seja tanto em uma data como na outra, né não?
Não, leitor, eu não estou gozando da sua cara!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Ponce de Leon e a Fonte da Juventude

Fui uma menina má, mereço ser deitada nos joelhos e levar umas palmadas... Coloquei em dúvida as competências e habilidades de um homem trabalhador e vitorioso no comando de uma agremiação de jogadores hiper alardeados e conhecidos como meninos...
Pois não é que o atual treinador do Santos está realizando (mais uma) excelente atuação no comando de um time? Sim, não é um time qualquer e esse é que é o verdadeiro coaching!
Mea culpa, pensei que haveria um choque de egos... Que nada, pô, a maturidade encontrou a juventude e os dois se contaminaram e agora é só correr para o abraço! Tá bem legal de ver, parabéns!
A sabedoria, e o trabalho encontraram a lendária Fonte da Juventude e o treinador reencontrou Muricy, o moço, no tempo presente; e o melhor: o gift é nosso!
Valeu, grupo, parabéns!
Eu andei inclinada a mudar de time, deixar de ser torcedora da Lusa e ser torcedora do Santos, mas foi só um rompante... Os dois times têm um histórico tão mesclado: já dividiram título criando jurisprudência, o Santos já rebaixou a Portuguesa (uma das vezes) uma zona portuária só! O que é legal nessa história de ser torcedora da Lusa é ver a cara de espanto das pessoas quando perguntam para que time torço... Vá lá!... Mas há outras histórias com outros times.
Uma vez, não faz tanto tempo assim (ou faz?), haveria um Grêmio vs Portuguesa e abordei um senhor que vestia a camisa do Grêmio. Fui para espinafrar o time dele e saí espinafrada! Quando eu disse que torcia para a Lusa, ele abriu um sorriso e disse que tinha muita simpatia pela Lusa, pereré, pereré... Ai, que chato!
Aliás, deixe-me fazer uma menção: o programa Globo Esporte foi bastante criativo na matéria que comentava a classificação da Lusa, parabéns III (o terceiro do dia).
Bem, se você reparou bem, há uma menção não comentada no título desta postagem. Pois é, quer saber quem é o cara? Vai atrás, malandro! Isso é trabalho, meu filho, vai procurar saber! Tá pensando o quê?

Tempo de Sabedoria

Vou comentar notícia velha... Já vou avisando logo, só para não ficar vendo os muxôxos e ficar brava... Mas na internet é assim, não se conta tempo! Se fosse suporte jornal, a notícia estaria embrulhando o peixe da Semana Santa... Mas como não é, está tudo em paz!
Como eu ia dizendo, vou comentar uma notícia publicada no UOL, no dia 4 de abril [de 2011]. A manchete diz o seguinte:

"Estudo diz que droga para calvos pode causar impotência prolongada"

Santa cabeça dura, Batman, isso é uma catástrofe existencial da pior espécie! E, além de tudo, é um grande paradoxo, também existencial! Atentem bem para o potencial dramático de tal notícia...
Um homem, pobre homem, submetido às leis da genética, ou do estresse, ou da gravidade, ou de todas as alternativas juntas, lá pelas tantas da vida, começa a perder o cabelo e ficar careca... Pânico, muito pânico! Que é que ele faz, caso não deseje optar pela franja grega? Começa a procurar mezinhas para, se não deter, ao menos tornar lento o processo do cabelocídio. Recorre a tudo: de benzeduras a benzóis e chega na cruel finesterida, cujo nome fatídico sugere trocadilhos horríveis e desnecessários neste contexto dantesco.
A referida droga pode reduzir o tesão (nunca sei se é a tesão ou o tesão! Parece que Antonio Callado usava no feminino e de tesão e feminino ele entendia muito... Mas vou conferir já, já e depois comento...) e causar impotência (sobe a música, balançam as chapas de metal) mesmo após a suspensão do uso! Que é que é isso! Onde já se viu uma coisa dessas?
Então o sujeito gasta uma grana para manter a juba e para com ela impressionar as moças/moços e depois, na hora H, o sistema entra em pane? Ninguém merece! E olha que as moças não estão assim tão compreensivas com os rapazes hoje em dia, viu, apenas para tocar no assunto do relacionamento heterossexual...
A bem da verdade, os rapazes andam acossados, vamos combinar, né? As mulheres não os valorizam mais! Sim, continuam a correr atrás deles, mas quanto os alcançam, sangram-lhes o pescoço! Tudo bem, é bem sabido que os homens têm dois pescoços, mas se o principal não funciona, não funciona nenhum! E as drogas são cada vez mais as culpadas.
Mulheres, por favor, cuidem melhor dos homens, eles merecem e vocês merecem também! É uma questão de Humanidade, afinal, somos todos seres humanos!
Quando meninas vocês não brincavam de bonecas e acreditavam em varinhas de condão? Então, os homens têm os dois, boneca e varinha de condão de onde sai um jato de estrelinhas direto ao coração de quem souber ver! Não é bonitinho pensar assim? Homem é melhor que prozac, zooloft, viagra, finesterida, só para citar as drogas legalizadas, seja qual for a orientação que você escolher.
Portanto, homens, não se afobem, não, que nada é para já... Quando o cabelo começar a cair, cultivem uma boa barba, mas nunca, nunca mais recorram à franja grega, que é ridícula!
O quê? Pelos não estão mais na moda? O negócio agora são os homens-lolitos, tipo aquele americaninho chatinho e imberbe? Nossa, estou boquiabrida!
Depois de tudo o que foi comentado aqui, deu para entender o título desta postagem? Pois é, esse tempo está demorando a chegar...

(http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/898850-estudo-diz-que-droga-para-calvos-pode-causar-impotencia-prolongada.shtml)

Não tem choro nem vela: se quiser ver a notícia vai ter de copiar e colar! Sou do tempo que era dos carecas que elas gostavam mais... Carecas, não raspados, entendido?
Belê! Beijoquinhas!

Sagrado e Profano

Hoje Sexta-Feira da Paixão, é dia importante no calendário da cristandade católica. Na evangélica também, afinal, ambas são cristãs. Mas já que elas, igrejas católica e evangélica, têm de divergir nos detalhes, a primeira, mais espetacular, encena a Paixão de Cristo. A segunda, porém, por não se ater a usar imagens, leva o assunto para a imaginação dos fiéis e muda o foco do Deus morto, para o Deus vivo. Ai, ai... Elas, as igrejas, estão mais as voltas com as picuinhas do que com a questão da Fé. Pensando bem, as igrejas evangélicas andam levando vantagem, nesse quesito, porque, se enfatizam a imaginação, campo do abstrato, estão mais próximas de arrebanhar as ovelhas desgarradas, que hoje em dia não é apenas uma, e sim uma quantidade hiperbólica que tende ao infinito, sendo o último item da comparação uma grande hipérbole pleonástica e metalinguística!
Bem, mas do que eu quero tratar é do seguinte: o site UOL, hoje, destacou uma foto muito curiosa, muito inspirada e inspiradora em que se veem três moças deitadas sobre suas cangas, usando biquinis, na praia de Valência, Espanha. Isso é só o primeiro plano. Acontece que ao fundo, passa também pela praia, uma procissão, onde gente MUITO vestida, de forma bem austera, inclusive (muito preto, muito luto, como convém à ocasião), realiza um desfile sagrado (procissão) diante dos olhares profanos das moças...
A bem da verdade, o sagrado é que invadiu o território do profano...
Se você se lembra bem, leitor amigo do eterno 2º A, turma de 2002, do EEPAM, grande símbolo de todas as outras turmas, sagrado é o contrário de profano, que, por sua vez, significa "fora do templo". Sendo assim, se a procissão invadiu a praia, temos o sagrado invadindo a praia do profano. De fato não é para rir, é para refletir, porque hoje é um dia de re-fle-xão!
Entenderam, alunos, o grande clique do fotógrafo? Caso venham a ter dificuldades em entender o que está escrito, convém visualizar a foto. Vou "colar" o endereço da foto, mas provavelmente não vai ficar azulzinho que dê para clicar em cima e logo ir para a dita cuja... Tem, de novo, de copiar e colar numa nova janela, para então poder ver sobre o que gastei o meu latim! Tá bom? Boa sorte a todos!
Beijão!

http://noticias.uol.com.br/album/110422olho_album.jhtm?abrefoto=2#fotoNav=2

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Zica ou zica?

Essa história do significado das gírias é bem engraçada. Mudam-se ou tempos, mudam-se as vontades, gírias tornam-se obsoletas, outras permanecem, mas mudam o significado de vinho chapinha para vinho francês... É o caso da palavra-gíria "zica".
Antigamente, sem saber precisar quanto, zica significava azar...; hoje, de acordo com o uso que fazem dela meus alunos, significa sorte...
E agora? Como se aplica esse termo ao caso do Adriano, atual jogador do Corinthians? Cara que zica (primeira acepção)! No entanto, não é caso para desespero, a zica primeira pode-se transformar na zica segunda. Se o Adriano puder ser um pouco menos Adriano, também este possa ser um caso de superação.
Minha filha que é de Áries, já foi citada neste blog e é uma cética, acha que essa história de superação vai colar na história do Ronaldo e vai virar tudo uma patifaria só! Arroubos da juventude à parte, alinho-me com Nelson Rodrigues e Lupicínio Rodrigues (QUEM MESMO? diz o clamor da juventude!) para pedir calma aos jovens.
Vejam o seguinte: o Adriano, passando por esse grande, imenso, incomensurável de grande perrengue, caso tenha uma boa assessoria para questões de distúrbio dos afetos, vai voltar a jogar, sim! É o divisor de águas na vida dele, é o ponto de mutação, é a pausa que, se não refresca, age a favor da reflexão. Até aqui o Adriano só pensou com os hormônios, chegou a hora de usar os neurônios...
Não vai fazer atividade física, faça artesanato; não vai fazer atividade física, faça iôga; não vai fazer atividade física, leia livros; não vai fazer atividade física, faça terapia; não vai fazer atividade física, cuide do espírito que o corpo vai agradecer!
Fiquei pensando... já pensou se essa fatalidade tivesse acontecido no exterior e não aqui? Que infortúnio!, diria a Funéria. Sim, que lástima, que infortúnio. É que me lembrei da fala de uma outra Romana, essa bem brasileira, que disse assim em outras circunstâncias, mas que se encaixa bem aqui, com adaptações:

"Romana - Tu vai vê que é melhó passa fome no meio de amigo, do que passá fome no meio de estranho!..."

(Romana é personagem da peça teatral Eles não usam black-tie, autoria de Gianfrancesco Guarnieri (QUEM? QUEM? - Shuuut!). Romana é mãe de Tião e essa fala, especificamente, marca a sabedoria na despedida entre mãe e filho. Recuso-me, porém a falar mais sobre a peça, para que vocês possam ir atrás e ler. E, modestamente, fica como a primeira sugestão de leitura ao Adriano).

Readaptando a fala, poderíamos ter:

"Romana - Tu vai vê que é melhó a recuperação no meio de amigo, do que recuperação no meio de estranho!..."

Adriano: eu sei que hoje em dia você tem plena condição de usar black-tie...; no entanto, gente é gente, não mercadoria, embora tenha uma porção de gente que insista em dizer o contrário.